Os fatos e números comprovam a ineficiência da Pecuária.
Há algumas semanas, postei em meu canal do YouTube “MomentoVeg”, um vídeo que falava de um tema bastante interessante, mas muito pouco abordado. Você que está lendo esse texto, em sua vida profissional ou universitária, há espaço para ser ineficiente? Bom, nem preciso me alongar perguntando, é claro que não! Vivemos em uma época em que ser ou não eficiente, não é uma opção, mas, sim, uma condição. Mas o que tem a ver isso com o veganismo e nossa relação com os animais, principalmente, na hora de fazermos nosso prato? Pois bem, eu explico:
Você já se perguntou como faríamos para produzir comida para o mundo inteiro se todos parassem de comer carne? Iria faltar comida? Essa é uma pergunta que muitos se fazem, imaginando que, sem a carne e os derivados, não teríamos como alimentar um mundo com 7 bilhões e meio de pessoas, e, em algumas décadas, 10 bilhões. Mas o que você vai ler agora vai desvendar, aliás, vai lhe provar que, na verdade, seria muito mais fácil, barato e eficiente, se tivéssemos uma alimentação baseada exatamente em vegetais, ou seja, uma alimentação sem nada de origem animal.
Vamos aos fatos: os animais, como galinhas e frangos, assim como nós mesmos, precisam se alimentar para crescer, se desenvolver e se manterem vivos. Mas, diferentemente do que você imagina, essa alimentação acontece via ração, isso mesmo, monoculturas de soja e milho por exemplo, são cultivadas para que alimentem os 70 bilhões de animais que serão abatidos anualmente para consumo humano.
O problema começa agora: quando calculamos a quantidade de calorias que oferecemos a esses animais e o quanto de calorias eles fornecem para as pessoas, depois de abatidos, descobrimos que essa é uma forma de produzir alimento extremamente ineficiente. Não, eu não estou exagerando, é muito ineficiente mesmo. Para você ter ideia, uma galinha devolve em calorias, apenas 18%, em média, daquilo que ela recebeu como alimento, um porco, apenas 4%. É exatamente isso, apenas 4%. E isso acontece com o leite, 21%, ou os ovos, 11%. Imagina agora, se em sua empresa você tivesse esse desempenho. Se você entregasse apenas 4%, ou 20% de seu potencial. Com certeza você estaria em maus lençóis perante sua chefia.
Mas, e os bois? Eles não teriam o mesmo problema? Aqui no Brasil, apesar de, na fase de engorda, os animais também serem submetidos a reforços alimentares com ração, usam-se mais pastos para criação do gado, o que, por outro lado, vem destruindo biomas importantíssimos como a nossa floresta amazônica, que, segundo levantamentos, tem em torno de 80% de seu desmatamento por conta da pecuária. E não nos enganemos, com muito menos terras aráveis, sem precisarmos desmatar nossas florestas, poderíamos plantar inúmeros alimentos vegetais para alimentar muito, mas muito mais gente.
Perante informações tão simples e facilmente explicáveis, é possível entendermos o quão ineficiente é o sistema de produção de alimentos que tem como processo alimentar animais, que irão usar a maior parte da energia para si próprios e depois serem abatidos para oferecerem muito menos calorias no prato das pessoas.
Somos acostumados a acreditar que não temos o poder de transformar questões complicadas como influenciar positivamente na produção global de alimentos de forma a sistemas atuais serem repensados e, por consequência, serem mais eficientes. Pois nosso poder está no garfo, na hora em que escolhemos aquilo que colocamos no prato, no momento em que optamos por uma alimentação à base de vegetais bem balanceada, colorida e que respeita os animais, o meio ambiente e a nossa própria saúde.
Ricardo Laurino
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